quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

ADOLESCENTES E AS SUAS ESCOLHAS



Os jovens têm que fazer escolhas.
Escolhas de cursos a seguir, universidades, amigos, orientação sexual…
Será que realmente o fazem? Ou... quando dão por isso, já estão num caminho, sem terem consciência do seu destino…

Os pais, os  professores devem apresentar-lhes sempre alternativas de experiênciar, conhecer , tentar e escolher…
Medos, inseguranças de adultos educadores pressionam os jovens no sentido de escolhas apressadas e precipitadas, que não são suas.
Excesso de permissividade também os deixa à deriva numa imensidão de possibilidades, algumas não realistas, que os conduzem a lado nenhum.

Cultivar uma relação de confiança, com limites de segurança, na qual o jovem tenha confiança em si próprio é o ideal.
Como a cultivar?
Não há receitas …mas educar com negociação de liberdades em função do desenvolvimento, é um caminho.
Este caminho não passa por deixar liberdade total ao jovem para fazer as suas escolhas, passa por libertá-lo no sentido de que vá tomando decisões em função da sua maturidade, ou seja, que ele tenha consciência e assuma responsavelmente as consequências destas decisões.

Fernando Savater, no seu livro “Ética para Jovens” diz:
“ Primeiro: não somos livres de escolher o que nos acontece” (…) mas somos livres de responder desta maneira ou daquela ao que nos acontece…”

Significa que não escolhemos a família em que nascemos, a genética que herdamos, no entanto podemos escolher como vivemos no interior da família que nos calhou, tal como usufruímos do nosso corpo conforme as nossas opções.

“Segundo: sermos livres de tentar alguma coisa nada tem a ver com a sua obtenção indefectível.”

Podemos ser muito ativos. Obter os resultados que esperamos, ou não?!
Quanto maior capacidade de ação nós tivermos, uma probabilidade positiva poderemos ter de bons   resultados, no entanto nem tudo depende da vontade de cada um, pois no mundo há muitas vontades e necessidades que não se controlam.

Existem muitas forças que limitam a nossa liberdade, o que é importante é o adolescente ter consciência do que limita a sua liberdade, mas também tem uma liberdade de escolha, na medida em que como ser humano pode inventar e escolher em parte a sua forma de vida.

Pode sempre optar pelo que lhe parece bom   e conveniente para si próprio, tendo até a hipótese de se enganar. Ao conhecer-se a si próprio e ao ter consciência das suas necessidades internas, tem uma maior probabilidade de escolher livremente em função do seu bem  estar individual, em articulação com o respeito à prosperidade da sociedade em que está inserido.